17/11/07

A FÉ É A ÚLTIMA A FECHAR

Ora andando eu um pouco atarantado do espírito, sendo crente Português e claro católico. Ando deveras preocupado. Ontem depois do Telejornal senti uma necessidade feroz de me encontrar comigo, claro num espaço comum. Sim, porque de qualquer maneira um homem ali ao pé dos santos sente-se mais, muito mais próximo da tal casa. Tal era a minha necessidade que saí um pouco transtornado rua fora. No caminho encontrei a Farmácia Esperança aberta e pensei. Talvez estes tipos tenham algo para o espírito mas... reflecti melhor e decidi ir ao seu encontro.

Assim que vi a cruz lá no cimo senti que estava no bom caminho.
Estava um frio de rachar. Subi a gola do sobretudo e lá comecei a subir a escadaria interminável. Sim, porque para chegar ao céu é preciso de facto subir e claro levar um sobretudo. Mas qual não foi o meu espanto quando dou de caras com a porta do templo fechada. Ainda pensei devem ter ido jantar. Mas nem um papelinho, Nada! E uma horda de desgraçados à porta enrolados em papiro. Bati! voltei a bater! Espreitei o buraco da fechadura a escuridão total. Resolvi questionar aqueles papiros, nada sabiam.

Bem de facto comecei a ficar preocupado. Desci a escada, a cruz lá estava olhei-a de novo e benzi-me. Quando dou por mim vejo um multibanco e pimba! Tiro o meu cartão dourado de crente, introduzo o pinnosso e primo: consulta de movimentos.

Rapidamente sai o papel desloco-me mais para a luz e nesse momento caio em mim.

Leio: De momento não podemos satisfazer o seu pedido, volte mais tarde. Rapidamente tiro o telemóvel do bolso e ligo: Após alguns minutos de espera ouço uma voz: Se deseja uma informação carregue na cruz Olhei-a de novo lá longe e pensei: Que de qualquer maneira a fé é a última a fechar, nesse momento vejo aproximar-se um táxi.
Afinal ainda existe qualquer coisa. Farmácia Esperança rápido se faz favor!
Mas ao chegar ao local leio: Encerrada para balanço.

Olho de novo para o céu e vejo cruzes por todo o lado. Peço mais um café ao empregado ao que ele me diz: Cruzes canhoto! Fecho o livro com a mão esquerda.
Então lá chega a Marta.

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