23/07/08

AQUI OS SONHOS NÃO FOGEM, NEM VÃO ALI E JÁ VÊM

Aqui onde nasce um rio num monte e o mar num cerro. Moram ideais.
Os meus e os teus. Aqui é assim. Os sonhos não fogem nem vão ali e já vêm.
Mas aqui neste monte contou-nos:
Quando eu era novo semeei as ideias com mãos de terra. Depois semeei as mãos e comecei a colher as ideias em tamanhos maiores. E estranhamente começaram a nascer das minhas mãos legumes gigantescos e frutos muito coloridos. Eram aos milhares as cores dos outros que me vinham ver e ouvir. Vieram as Universidades, os Astrónomos, os Matemáticos e muitos muitos outros. Escreveu-se nos jornais vieram as televisões e enviaram-se e-mails.
E ainda vieram os que não tinham mãos de terra nem outras ideias. Vieram ainda os Sábios os Químicos e muitos outros. Mas hoje contei-vos só mais um sonho. É real.

20/07/08

A PATAGÓNIA É DE FACTO INSÓLITA

Esta coisa das relações é de facto surreal. Ora como todos sabemos temos sempre alguns problemas destes durante a nossa curta existência. E esta história de mulheres homens e afins é mesmo um problema. Ora estando eu esta tarde a matutar em relação a este assunto decidi o seguinte. Um tipo como eu que vive na Patagónia sítio este, onde existem sempre uns artistas que se questionam com a singela questão: Porque que será que este tipo vive sozinho? Porque será? Queiram ou não os os leitores deste texto esta questão é mesmo muito recorrente.
Ora não tendo eu uma dama. Mas sim um cão. não tendo eu uma mulher. Mas sim um jardim. E claro, não tendo eu filhos mas tendo sempre os dos outros.
Estando eu nos 40 e tal e solteiro como convém a tipo decente e com juízo. E estando as minhas encantadoras amigas casadas e já há muito tempo. Decidi a partir de hoje constituir o Instituto de Apoio a Casadas Amantes Malucas & Afins. (I.A.C.A.M.A)
Como sabem. Esta coisa de sermos solteiros e bons rapazes tem porras! Mas como qualquer organismo tem que ter uma boa Secretária e a Madalena estava um pouco em baixo. Até andava assim...digamos... um pouco mais em baixo. E como temos que ser uns prós outros! Vai daí convidei-a logo ali para um fim de semana na casa do Tio Antunes. E como casa também é fantástica a rapariga lá animou.
Ora após várias consultas telefónicas às nossas encantadoras amigas decidimos: Marcar umas reuniões e depois de muitas e muitas reuniões estiveram presentes: A Teresa a Marta e muitas, muitas outras. Decidimos por unanimidade o seguinte. Claro, mais elas do que eu. Mas decidimos. Primeiro: Propor aos tipos da reciclagem a instalação à semelhança dos vidrões de homemdrões. Esta decisão foi logo ali aprovada por unanimidade e com carácter urgência. E consequentemente enviada para a respectiva empresa. Que por sinal, depois de um longo tempo de espera e confusões internas lá nos respondeu prontamente. Estando actualmente a decorrer a sua colocação por todo o país.
Portanto como todos nós os homens já percebemos, a partir de agora e a qualquer momento podemos vir a encontrar-nos-nos numa desta situações. Ò diacho!
A outra questão levantada mais concretamente foi: Tendo os homens, não todos, mas muitos a ideia peregrina das "meninas" aqui fica a outra questão levanta por a Vera.
Esta coisa dos tipos dizerem que são machos, charmosos, engatatões enfim... o costume. E depois irem às meninas sempre me deixou de unhas em riste. Mas se assim porque pagam? Ò minhas amigas! Basta! Então e se for lá um tipo sem dentes? Elas recusam? Não! E se for um com 250K? Elas recusam? Não! E mais! Se for um se cheta? Mas com os tais predicados aceitam-no? Não! Claro que não!! Portanto caras amigas se eles são mesmo machos! Charmosos, encantadores e sensíveis! E também os ditos engatatões. Porque será que pagam? Porque será? E claro eu concordo com elas.

18/07/08

PABLO NERUDA

Então lá chegou o carteiro com som de Neruda. As imagens e o texto vinham com ele. Assim só. Depois ficou refém dos textos recebidos da música e das paisagens de Pablo. Mas na viagem sentiu que o olhar se perdia do som. Foi assim que partiu e foi assim que regressou. Com ele ali. Mas quando chegou ele ainda estava ali esperando por ele. O Pablo e o Neruda também. Mas amanhã quando o farol acender a luz vou dizer-lhe: Olá Pablo Neruda. E aí, pode ser que ele me diga: Gostei de te conhecer. Mas depois quando ele partir ficará o farol e luz de Pablo. E o mar de Neruda.

14/07/08

DIGAM

Digam aos astros para fugirem
E digam aos Pianistas para tocarem sempre.
Digam-no também aos pianos e aos violinos.
Digam ao Mar para ficar ali.
Digam aos pincéis para pintarem
Digam às letras para pararem.
E digam aos Santos que desapareçam
E aos loucos para fugirem.
E aos bruxos basta!
Digam aos artistas para saltarem nos palcos.
E digam ainda aos escritores que comam os livros.
Digam ao céu que fuja depressa!
E digam aos outros que estejam calados.
E digam ainda que o silêncio é agora.
Mas digam-no agora.

12/07/08

AS CORES

Guardadas em tubos saíram muito lentamente. Primeiro foi o amarelo. Depois chegou mar. (O Mar chega sempre).
Soltas as telas, formaram-se as velas. Com barcos, marinheiros e ondas enormes. E peixes que moravam nas árvores.
Depois o pintor chamou o vento. E ele veio em forma de enorme vaga. De seguida, colocou a vaga dentro de um frasco onde estavam os restos do céu das vagas e do vento. ( As telas sorriram). Agora sim!
Como era seu hábito o vento era sempre o último. E secou todas as vagas e todo o mar. E as cores secaram. Mandou parar os marinheiros e os marinheiros pararam. E os peixes dependurados nas árvores.
Depois quando voltou a olhar o horizonte da sua janela não viu as vagas. Os marinheiros os peixes ou outra coisa qualquer. O Mar sim.
Depois abriu a porta do atelier e partiu no barco que tinha pintado.

11/07/08

TAMERA ALDEIA SOLAR

Sonharam ideias e construíram as vontades, trouxeram cavalos, aves e tantos outros seres.
Nunca entendi de onde trouxeram aquele astro em forma de ave branca. ( É tão grande. )
Vieram em balões e zeppelins coloridos, montaram tendas de muitas cores e encheram-nas de ar . E também as casas de madeira e terra . E o céu gostou.
Construíram lagos e as plantas e animais voltaram, conversaram com as nuvens e elas disseram: Chuva!
E encheram-se os lagos de água e peixes, uns nadavam, outros entreolhavam-se mas todos tinham uma luz diferente.
Semearam flores e elas floriram, lançaram ideias aos rios e elas foram. E ainda disseram ao Sol: Fica. E ele ficou.