24/06/15

DIGAM-LHES

digam-lhes que somos um sonho e seguimos além estrelas lançando sementes.
que somos muitos e de muitas  formas e guardamos um antigo conhecimento, 
que imaginámos estes canteiros serpenteantes os lagos as casas e é na base onde agora nadamos voamos e sorrimos , se necessário for, digam-lhes que todos somos sonhos, 
digam-lhes que sonha mo-la e esculpi-mo-la assim, como ela é, Terra. A Terra Nova.
aos que se aproximam, esses, que aterrem onde têm que aterrar e penetrem  esvoaçando entre os velhos carvalhos e pousem nos lagos, saciem-se nas nascentes brancas, saboreiem a luz, 
os frutos e toquem os nenúfares, 
descrevam-lhes os cantos e recantos das nascentes porque é delas que brotam as mágicas serpentes da água
aos novos capitães das nuvens, eles e elas, esses ergam os mastros hasteiem as velas e soltem amarras e libertem-se, mas digam-lhes, digam-lhes que tudo são canais e que o todo é navegável. Os artistas que digam o que tem a dizer, os horticultores que expliquem o que só eles sabem,   os mágicos que lancem as bolas, os pianistas que toquem as variações de  Goldberg  porque elas são o que são, acordes, às vezes sonatas. As crianças que montem  os cavalos azuis e amarelos e que sigam o sol, ele que mergulhe no oceano porque é assim que quero. Se necessário for, cantemos o Sikelei outra e outra vez!
Abram-se as portas e janelas da grande casa porque hoje é domingo! O lago quero-o onde tem que estar, ao fundo, os peixes que saltem, mas só os vermelhos e amarelos, as lontras que emerjam e deixem de ser tímidas! As cores que se passeiem e conversem no terraço, se quiserem que cruzem as pernas, o gongo que toque e sirva o que tem que servir, os alimentos que se deixem comer, os zepelim que se ergam um a um porque deles tocamos o oceano.