29/09/07

O TEMPO

Quando um dia chegares
entra e vem vestida de primavera.
Verás que as janelas estão abertas e as portas também.
Um dia quando chegares entra pé ante pé
e não me digas nada.
Nesse dia todas as palavras serão desnecessárias.
Um dia quando chegares seca-me só as lágrimas e dá-me o meu beijo e não fales.
Um dia quando chegares podes não vir só.
Mas um dia quando chegares espero só te dizer: Foi o transito?
No dia quando chegares dá-me só um beijo mas vem, vem a tempo de ainda nos reencontrarmos.

26/09/07

A VIAGEM

de Gaza. Leio que a ultima reunião do conselho foi de
Parte de mim partiu cedo, assim como quem parte de comboio, assim como quem vai de viagem.
Porque quando se apanha aqueles lugares virados pró destino. A paisagem é sempre mais agradável. Isto claro, quando não temos pela frente, num banco virado para nós e nesse lugar sentadinho vai um tipo a palitar os dentes, e com mau hálito. Sentado e acomodado no meu lugar, inicio a minha viagem, assim lá vou eu, com o banco da frente vazio. Ao meu lado esquerdo sentada está uma velha que de estranho só tem o facto de ser velhíssima.
Porem ainda respira, pois vê-se o bafo da sua respiração na janela, tem as pernas repletas de varizes azuis, os braços parecem-me esverdeados. (deve ser impressão) De qualquer forma decido começar a ler o meu jornal.
Ainda tenho 2h de paisagem, será que ela ainda vai ter duas horas de vida? talvez as pernas da minha companheira já estejam a caminho do céu, será? Haverá maneira de o Sr. lá em cima só receber as pernas, e o resto ir depois, quando acabarmos a viagem?
Assim só pagaria meio bilhete! Andarão agora pelos ares, as pernas braços e sapatos, dentaduras e claro as almas a caminho de céu? E a propósito, todo este assunto me parece despropositado.
Abro de novo o meu jornal, e começo a ler um artigo sobre a Faixa novo adiada, a Faixa se separou de Gaza.
Ouço a chuva a bater na janela, e de repente vejo uma perna a passar-me pelo vidro embaciado, limpo-o depressa! E zás um pescoço! E zás uma cabeça ainda com cabelo! Uma maquina de filmar!
Depois olho para traz e na carruagem só vejo cabeças, e troncos, pés ainda com sapatos, todos os lugares estão sem passageiros mas os membros passeiam-se pela carruagem.
Entretanto vejo aproximar-se um tronco com uma bolsa, era o revisor que chama por a sua
cabeça (isto claro, de forma gestual.) E então dispara!
- O Sr.? - Então digo-lhe um quarto de bilhete para? - Para onde o meu amigo quiser! - Mas...mas... - Não se preocupe só temos um destino e é o mesmo! - Mas da-me um cheque? - Eles depois dão-lhe o resto! (entretanto, vejo passar um camarman por a janela) De repente ouço: Atenção Srs. Passageiros acabaram a vossa viagem. A Clínica de Reconstrução Cirúrgica agradece a todos a participação neste spot, Publicitário pede-se o favor de darem prioridade na saída, às pernas azuis!

24/09/07

PROZAC MEU AMOR

De qualquer maneira, a mim ninguém me deu Prozac! Talvez a Manuela tenha pensado, este tipo...tem é de tomar suminhos de laranja! apanhar ar, e claro tenho que o ouvir...ouvir.

Realmente, eu não andava lá muito bem. Mas como todos os tipos, que passam por cá. Sim. Por cá! Pela vidinha homem! Por vezes temos um coisas estranhas, pensamentos realment muito. Mas muito estranhos! Ora o meu problemazinho era só este!

Afinal eu quando acordava, só tinha uma ideia fixa.

Atacar a vizinha do 2º esquerdo, (claro que isto pensava eu, tinha que ser feito com o meu pijama azul bebé.) de facto da última vez, o ataque foi terrível! imaginem vocês que ataquei por puro engano o minha mãezinha! A pobre lá me encaminhou para Sta. Maria.

Aqui, fui prontamente socorrido pela minha vizinha, do 2º esq. Era de facto a Psiquiatra !!

De seguida, despi o meu pijaminha azul bebé.

Mas agarrado por dois leões, lá me enfiaram por a goela abaixo o Prozac!

Na rua, chamei um taxi. Pus a mãezinha num saco do Colombo, e Zás! Casa!Ainda ouvi ao longe, a Psiquiatra a contar ao colega, o Pedro é meu marido!

23/09/07

ERA PRIMAVERA, TALVEZ VERÃO.

Era Primavera, talvez Verão. Era assim desde pequeno, quando ia prá aquele lugar onde corriam os coelhos aos centos por estradas, de curvas e contra curvas. Depois da curva grande, a praia. Aquelas dunas, o mar imenso sempre revolto. A casa da descida do lado esquerdo, quando se chega, grande, virada ao mar e a casa cor de rosa que sempre me pareceu, uma Igreja, a das primas. Era a praia. As broas de mel das Tias, as criadas que levantavam as saias quando o mar vinha e desciam quando ia. Eram assim e vinham connosco da capital. Eram do norte e miúdas. Havia o casino (uma tasca de colmo circular). Tinha um homem dentro do colmo, o Zé. No casino bebiam-se cafés, comiam-se sombrinhas de chocolate, nessas noites as tias, as primas e as poucas famílias da praia, reuniam-se ali. E, assim, como manadas de putos, juntavamo-nos por várias mesas, por idades. Depois da subida para as casas, os maiores, os mais velhos faziam as suas fogueiras com a lenha apanhada durante o dia, ao longo da praia. Os maiores cantavam e tocavam viola, noite dentro. Eram noites de lua estreladas, claro, namoravam. Por vezes, nós os mais novos também íamos. Eram noites mágicas! Não havia luz nem água canalizada. A luz de candeeiros a petróleo o cheiro tenebroso invadia as casas. Os pavios sempre a caírem. Depois a água da cisterna, com ratos mortos, lagartixas e de manhã, os scones quentes. A praia deserta. Sempre deserta! As poucas pegadas existentes eram dos pescadores e das gaivotas brancas. Nunca compreendi como conseguiam acordar antes de mim. Depois havia a Vila, Aljezur. Com a padaria, o petróleo e por ai fora. E claro, os bolos de torresmos. Havia ainda a casa da Tia, o cavalo, os patos, as galinhas, as vacas, o leite e as vindimas! E a outra prima velha, muito velha. E, também, a criada Luísa, a fiel criada que sempre me pareceu não o ser (ainda hoje). Foi aqui neste local onde existia um Monte e um Clérigo. Onde fui mais feliz porque o fui mesmo! Porque a praia era minha! Porque só ouvia o mar, porque todas as dunas eram só minhas. Foi aqui onde a minha janela era o mar e a casa um navio. Foi aqui que o mar me contou histórias todas as noites. Aqui, onde Agosto e Setembro acabavam. Onde te conheci. Talvez não fosse nesta praia (porque sabes... já sou grande e isto já foi à muito tempo). Mas na Vila onde havia os jornais, os bolos de torresmos e os correios. Era Primavera ou talvez Verão. Foi aqui onde te encontrei e o aroma do café, do vento e do mar vinha de ti. Foi daqui que partimos, lembras-te? Era Primavera ou Verão? Mas olha ... nunca, nunca te esqueças, que neste mar o tempo corre. E depois só o vento se ouve ... ao longe. Mas olha ... Vem ver o mar. Vem!

22/09/07

VAI E VEM !

Vim aqui parar por uns tempos. Por sinal muito tempo! Muito mesmo.( Só lá estive um ano e tal.) E porquê? Porque só um louco vai viver para Mértola. Se não vejamos; Calor 48 graus! O deserto começa aqui! Ainda avistei alguns camelos por lá também. De facto esta terra é triste! Seca! Tem pó! Só duas rotundas! Não tem água! Mas tem; GNR, Mas tem ICN,B? Tem um Valente! Tem,tem! Mas tem o Cláudio Torres a ler o Expresso no Central. ( O Cláudio é fixe! E não lê o Sol!) Mas tem a Teresa ! Mas tem o Restaurante em Moreanes! (Vão lá !) Mas também nos Corvos ! (pizzas dum cabrão! são fantásticas!) E claro o Brasileiro ! ( ali, ao pé da GALP.) Mas já não tem a Ana Z ! E a Glória? Tenho a certeza de que se o Sr. Existe. De facto esqueceu-se deste local! Agora aqui sentadinho em Odeceixe imaginem quem vi passar? O Cláudio!!

SABE-SE LÁ

São:
São de facto meu amor, coisas destas que me fazem perder a cabeça!
imagina eu aqui nesta figura, sim porque eu sou parecido não achas?
E ainda te dizia "sabe-se lá aonde acaba a pele e começa a lã...tu mereces ternura."
Mas, São! Espero que me entendas deixa lá a lã. Vem é ter comigo e depressa ! Eu cá também não tenho nada vestido, e mesmo assim não sou assim tão mau tipo como tu dizes.
Agora meu amor,podes ter a certeza, mesmo neste estado vou-te buscar! ai vens, vens!! nem que te traga de com a sirene ligada.
Depois vou-te levar a jantar, ao Sítio do Rio na Carrapateira.
E ver aquele mar comer pevides, e claro ainda te dizia: Sabe-se lá onde acaba a pele e começa a lã... tu mereces muito mais! muito mais!

O TEMPO DOS MONTES

Rita vive nas searas, vê castros verdes e falcões azuis nos céus ceifados de algodão branco. A Rita tem asas de cal e o tempo dos Montes.

ESTE SR. ESTÁ FARTO!

Este Sr. Está farto!

De facto a vidinha já não é o que era! Dantes era a fome, a guerra os bailes as moçoilas, os mercados o respeitinho.

Dantes a malta trabalhava! Dantes a malta tinha chapeú!

Dantes não havia tantos crimes! Dantes tinha uma pedaleira!

Agora queixam-se, queixam-se e ninguem quer trabalhar! a porra é esta! filhos de um cabrão!

Agora qualquer moço já tem um carrito, uma mulher. Agora trabalho? Qual trabalho? Nunca isto esteve tão bom! Mas deixem...deixem, que isto logo dá a volta! Este Sr. Tem razão?

O ESTRANHO CASO DOS DECAPITADOS

Após um estudo realizado, por uma equipe de técnicos forense coordenada pelo o ilustre, Dr. Pinto da Costa.

Chegou esta equipe a uma triste questão;

Porque será que só um dos camaradas tem boné?

Porque será que só existe uma estrela?

Onde estão os Corpos?

A MARIA

A Maria também é elegante!
E não tem somatose liquida,
De qualquer maneira está com o João!
Eu não tenho a Maria! nem o João.
Mas aceito-a, mesmo com somatose liquida!
Mesmo em estado liquido, e com a tal somatose.

ESTE SR. DE FACTO É MUITO SEVERO.

Este Sr.

De facto é muito Severo!

Tem ar disso, mas o mais provável é não ter espancado a mulher.

Foi de certeza bom marido e pai. Vê-se que era pintor,e claro bom Tio.

Conheço a filha do Severo.

TOMEM!

Aqui estou! Mas claro não me vêem! Estou sempre deste lado! E vocês? onde estão?

21/09/07

A PORTA ALENTEJANA

Esta é de facto a minha porta!

Aqui, quem entra sou eu!