15/12/09

CARTA A UMA AMIGA DA TAMERA

Não, não me perguntes o que me dizem as montanhas as aves ou o mar, isso não porque tenho medo. Nem porque apoio este ou aquele, nem porque reconstruo ermidas, nem porque sinto e vejo tantas e tantas coisas.Nem as histórias dos livros que li, nem os poemas, nem os que rasguei, nem os abraços que não dei, nem as canções que cantei, nem os amores que naveguei, nem os oceanos, nem os golfinhos que abracei, nem as estrelas nem as luas, nem porque voam as mulheres, nem porque as chorei tantas e tantas vezes.Mas não, não me perguntes porque faço isto ou aquilo, nem porque muda a cor do mar, nem o que me disse aquela voz que ouvi no caminho, nem de quem era essa voz, nem que serenidade era aquela, nem porque ela me desmoronou até hoje.Nem porque é a Tamera um berço e um abraço tão grande e tão terno, nem porque muitas e muitas vezes vos sinto e me revejo nos livros que li ou nas nuvens em que naveguei e navego, ou nos poemas que escrevi ou nos que rasguei, mas tantas e tantas vezes tenho medo. Medo ser como sou, porque sabes, muitas e muitas vezes é tão difícil realizarmos as nossas visões e sonhos, e sermos, sermos só, só como somos lá no fundo do fundo.