08/10/07

AGORA DIGO-TE SIM, HOJE DIGO-TE VEM.

Agora digo-te sim, hoje digo-te vem. Vem agora. Traz-me o vento e as correntes dos oceanos as vagas e a espuma. Podes trazer também as pedras da praia, a areia em frascos azuis. Podes lançar ferro. Escusas de trazer o balde amarelo, as pás verdes o ancinho mas não te esqueças, traz as ilhas as rochas as anémonas amarelas, aquela verde. E as estrelas do mar. Podes deixar os peixes nas poças, as pedras amarelas as encarnadas podes deixar ainda, todos os grãos de areia. Mas traz o Sol e a Lua como estiverem. A Lua, trá-la num frasco azul. E não a deixes fugir. Também podes trazer as folhas de outono, mas só as douradas. Não te esqueças da tua pedra da tua rua do teu eu. Porque um dia quando acordares verás ainda a Lua alta. Todas as aves estarão pousadas no Sol. Todos os plátanos serão roxos, as estrelas dançarão no universo. Que já não estás só. Que na tua pedra nasceu uma fonte, e todas as lágrimas desaguam nesta praia. Onde ainda o vento brinca com o Sol ao fim do dia, onde ainda as ondas e a areia se tocam. Mas agora digo-te sim, e hoje digo-te vem. Quando esse dia amanhecer, quando se ouvirem nos céus os gritos das aves azuis. Quando a Lua for grande trá-la contigo. Ainda que seja criança.

2 comentários:

Anónimo disse...

"Quando a lua for grande, trá-la contigo"
Bela frase.
Um alentejano afectivo

Anónimo disse...

Lindo, o amigo é poeta!