18/01/10

Beatriz Bonacalza- Chocolates- Odemira

Naquela aldeia havia aromas pontes e rios. Mas um dia de manhã muito cedo algo de muito invulgar aconteceu. Um doce aroma invadiu as casas penetrando nas mais pequenas frinchas de portas e janelas, era um aroma doce que poucos, muito poucos conheciam. Todos abriam janelas e questionavam-se que aroma seria e de onde viria? Uns diziam ser dos ventos do norte da África, outros, do Rio Mira, outros ainda, da maré. Uns saíram das casas mas todos procuravam a sua origem, todos. Houve quem subisse a montes, quem abrisse velhos frascos de muitas e muitas cores, outros, diziam ser o cheiro das mulheres. Mas o que poucos sabiam era que para os lados do rio havia uma antiga casa branca desabitada desde há muito. Casa de um cão muito velho que sonhava com coisas que os outros cães nunca sonham, chocolates. Nos seus doces sonhos conhecera Beatriz. Falaram de rios e campos e de tantas outras coisas que os dias passavam num ápice. Ele voltou a sonhar com a casa construída de chocolate mas Beatriz era de chocolate e ajudava-o a reconstrui-la. Mas teria de vender chocolates a todos os habitantes, às aves e a todas as nuvens. Mas Beatriz por mais que ele sonhasse não voltava, e ele, que sonhara tantas e tantas vezes, tantas. Procurou-a nas montanhas, nas praias, nas dunas e nas nuvens viu-a e chamou-a. E ela, ao descer, cumprimentava aves casas e pessoas. Ouviram-se palmas e tantas foram as janelas e portas e tantos a queriam cheirar, outra e outra vez, mas ninguém, ninguém sabia onde iria ela aterrar, ninguém. O autor deparou-se uma manhã, com a casa do cão voador reconstruída. Boquiaberto regressou para contar a todos o que acabara de ver. E viu, viu agora, que todos mas todos os habitantes da sua aldeia agora eram chocolate. Correu em busca de um espelho e quando se viu para seu total espanto, era o cão. Hoje Beatriz Bonacalza, abriu a Chocolates da Beatriz em Odemira. E eu gosto tanto mas tanto, que de presente de Natal dei duas caixas, uma foi à Petra.