17/02/09

FALA

Conta-me porque estás assim,
o que foi? Conta.
Fala , fala.
Digo-te- digo-te que de facto chorei e ainda que senti medo.
Medo desta magnitude desconcertante que se apoderou de mim naquele caminho e digo-te que este sentimento foi enormíssimo e muito maior do que eu.
Falo-te ainda de uma luminosidade e de uma música que me acompanhava naquele caminho daquele Sol e campos. Talvez não o entendas, ou não não possas entender mas foram tantas e tantas as lágrimas vindas de um eu desconhecido, tantas. Mas olha, talvez um desabrochar de sensações desconhecidas e foram tantas.
Olha, conta-me mais, conta-me.
Falo-te da estranha sensação de sentir todos os meus poros a receberem e dar algo vindo de outro qualquer lugar e ainda que sei ser esta a verdade. Digo-te que naquele momento quis abraçar todas, todas as pessoas e seres.
Quem era não sei mas sei que por vezes sinto coisas assim. Foi tão intenso por isso te escrevo e tenho esta necessidade de te exorcizar
Mas olha, volta quando quiseres´vem.

7 comentários:

Anónimo disse...

excelente!

Anónimo disse...

Excelente é pouco.Digamos que tantas emoções em tão poucas linhas é intenso! O choro e o medo são componentes importantes e demadsido sagradas,sublimes provas da existência etérea da alma que nos habita, do espírito que nos anima. A música pode ser sempre, num caminho de floresta, o sussurro enigmático das árvores contando os seus segredos umas às outras!
As lágrimas limpam o sistema imunitário, é bom. E são salgadas fazendo lembrar o sabor do mar! As lágrimas roladas e engolidas fazem maravilhas!Não as da fome e do desamor.não, que essas são pesadas como ferro! E depois esse contentamento interior , vindo não e sabe de onde é um estado puro de felicidade e encatamento. O difícil é fazer perdurar esse estado!É preciso acreditar!Em qualquer coisa! E nunca esquecer que todas as sensações desabrocham em nós produzidas pelo nosso imenso ego, poderoso, que se alimenta vorazmente das nossas sensibilidades, amabilidades, cortesias,lugares comuns e amplitudes e estados de graça pura.
É bom quando se sentem coisas que não se indentificam com nada que tenhamos vivido ou que de alguma forma estejamos a viver, tudo é para além de, mais do que, antes de qualquer coisa, imensamente e intensamento sentida,imaginada ou suportada. Não há mal algum em chorar,porque isso é sentir...não há mal nenhum em ter medo porque isso é viver em consciência...não tem mal nenhum em amar, porque isso é viver em liberdade!
Ah, se eu gostava de voltar...mas não há volta. Voltar, estar sempre a voltar...nunca se chega a lado nenhum. A voltar eu prefiro sempre o continuar, andar pela estrada fora tal Capuchinho Vermelho e agradecer a existência de lobos maus, que são sempre precisos para pôrmoa em dúvida o nosso ego e refinarmos a nossa curta existência.
E, por assim dizer que estas tuas refinadas linhas bem poderiam ser o mote para um romance!
Um Beijo.

Anónimo disse...

concordo, excelente é pouco

Anónimo disse...

Tive que voltar á fala...porque a fala também é olhar, tocar e sentir.Não são precisas palavras para os olhos falarem, porque no sentido dos olhares ficam essas palavras por dizer, e não é preciso, repito. Mas o que gostava era que houvesse transcrição da fala sobre as velhas, dar isso a quem te lê, dar essas palavras escritas sobre as velhas aqui no teu blog...e quando der vamos á praia tomar um banho, mergulhar nas ondas do mar, purificar os nossos poros, das almas que habitam os nossos corpos, só isso e nada de muito mais, quando, talvez vieres de Tamera, empoeirado e com muitas coisas para contar! Beijo os teus caracóis, densos e fartos!( esta é, para quem sabes,ler e ficar a pensar: ah, então ela é isto, eu bem te disse...)mas nada disso, é só para estarmos e sermos!

Anónimo disse...

...não leves a mal aquela piada da tua imaginária ida a Tamera, estava a brincar...sou assim, tu sabes. E sei também e muito bem que andas a 500 á hora, com os vôos das águias! Boa Páscoa e muitos ovinhos de chocolate!

Anónimo disse...

Formidável !

Anónimo disse...

O que é ser anónimo? Um ser anónimo, um ser que não existe ou por qual capa, por detrás se esconde, com que medos? Ou sem eles? Ou simplesmente gostar de não ser mas estar anónimo; é um sentido de liberdade poder estar anónimo, como poder ser silencioso e estar no silêncio...ás vezes também gosto de estar anónima...mas pensando bem acho que nunca estou nem sou anónima,as tresloucadas com o coração ao pé da boca e alma afundada nos oceanos da consciência humana raramente conseguem estar ou ser anónimas...e já agora envio paletes de Luz e um abraço apertado para o "Anónimo".