04/09/08

ANGRA DA CERVA

Quando o mar voltar a ser teu navega-o.
Mas quando as ondas voltarem à tua praia fica.
E quando o céu e o mar se amarem
ainda ao longe se ouvirão as ondas da tua praia.
E tantas serão as vagas e tantas as praias que amantes se farão.
Mas hoje e sempre, todos os mares irão dormir como amantes
onde agora e sempre as ondas desaguam.

2 comentários:

Anónimo disse...

Um dos teus mais belos textos!Adorei!

Angra da Cerva II
"Praia do meu imaginário"

Navegaria esse mar mas não o havia de querer meu
que de meu nada tenho e de nada sofro a não ser este desejo de ser a areia morna de uma praia perdida
no sol de fim de dia
a não ser esta sensação de ser atirada de mansinho
pelas ondas do mar contra as nunvens do céu infinito onde se prendem os amantes trazidos pelas brumas salgadas das histórias de tempestades onde se cruzam os mares e os amores
onde desaguam oceanos
onde nascem florestas de flores
onde dormem e descansam os beijos eternos
deixados pela correnteza de um qualquer doce rio
e era tudo o que desejo
e a espuma das ondas traz-me o sentimento
onde dormirei entre o céu e o mar
ficarei feita de areia e pedras e serei praia dos encontros e desencontros e de encantos e de desencantos
de amantes de sal
de sonhos
que roçam o real
deixarei que durmam em mim
todos os mares todas as lágrimas
todos os desassossegos,
ficarei então em paz,
prenderei então na imensidão dos meus infinitos grãos
os teus pensamentos
os teus olhares
e transformarei para sempre o caudal do teu rio que desagua onde
começa o meu mar
onde acaba a lua
onde a tua memória já não é tua.

Ana

Anónimo disse...

Também acho que a Angra é um dos mais belos textos do blogue.
Tal como o comentário da Ana.