29/03/08

CHARRETTE AZUL

Veio entre um século e outro mas lá acabou por chegar de charrette azul.
Trouxe criados e maletas, caixas e pós de muitas cores, lamparinas de fogo e cheiros medonhos. Mas trouxe ainda um banco sem pernas onde se sentou.
Depois, os cheiros correram de rua em rua, de beco em beco, de janela em janela e de repente todos o queriam ver. Ver as caixas, os pós, as lamparinas de fogo e as suas velhas maletas.
Rapidamente formou-se um circulo em sua volta. Eram crianças de muitas cores, homens com chapéus de palha, mulheres com narizes de raposa e velhos com orelhas de elefante. Mas quando os olhou todos se calaram. Nesse momento, chamou os cheiros medonhos que empestavam aquela terra e num ápice todos os cheiros terríveis voltaram para dentro das caixas brancas.
Aterrados os homens de chapéus de palha gritavam aos céus, as mulheres com narizes de raposas protegiam as crianças de muitas cores. Então, para espanto de todos, desmontou as ruas e as casas empacotou as janelas e também os becos. Depois, guardou a maleta, comeu o criado
e partiu na charrette Azul.

27/03/08

O CHOCOLATE

Envolta em chocolate andava adormecida. Mas quando o sol reapareceu o chocolate dançou nos corpos derramados. Eram as taças do tempo em copas antigas.

26/03/08

OS EXCEDENTES DA FUNÇÃO PÚBLICA SÃO UM PROBLEMA ECOLÓGICO

Se não vejamos: Existindo espalhados por este País milhares de detritos como por exemplo: Plástico, cartão, vidro, baterias e existindo ainda os correspondentes vidrões, papelões, plasticões, onde nos é pedido constantemente e por todos os meios que os depositemos devidamente espalmados e partidos enfim... aquela treta toda.
Estando este governo em fase de nos anunciar que Deus nasceu em Fátima e que todos os Portugueses já são cultíssimos. Ainda nos vai convencer que de facto os funcionários públicos são resíduos perigosos.
Ora como o chefe já foi ecologista aqui lhe deixo desde já uma solução:
O princípio do utilizador pagador.
Colocar em todas as portas dos ministérios um Públicão. Estes deverão ser transparentes, só assim os Portugueses poderão ver os tais tipos gordos, preguiçosos e sem prática em banda larga. Mas chamo-o desde já a atenção para um pormenor, estes resíduos devem ser colocados em aterros próprios para este efeito. Quiçá podem estes detritos conter toxinas que ao serem inaladas causam ardor aos eleitos. Assim, sugiro o seguinte: Após o transporte colocá-los em molho de soja com duas partes de sumo de limão de preferência em aterro próprio. Na impossibilidade de tal sugiro ainda o Jardim Zoológico do Barão de S. João. Ou talvez ainda uma área protegida, onde pudéssemos implementar um observatório com estes espécimes de facto em vias de extinção. Assim, teríamos sempre a possibilidade de arranjarmos uns todo-o terreno e vê-los como aquilo que são. Uns espécimes de facto em vias de extinção.
Agora, ainda teríamos a hipótese de arranjar uns estágios para os Biólogos recém formados.
Mas se da facto esta alternativa também vier a necessitar de um estudo de impacte ambiental ( demorado e dispendioso), ainda nos resta sempre a incineração em Souselas ou Setúbal.
Mas Vossa Excelência melhor o decidirá.

23/03/08

A CADEIRA ENCARNADA

Hoje acordei revoltado comigo mesmo. Anda um tipo aqui a ver se a coisa se aguenta quando lhe cai uma destas em cima.
Então não é que logo pela cedinha apanhei logo com uma das boas? Estava eu a por a minha cadeira de lona encarnada no meu velho Citroen. Sim no Citroen, imaginem ainda tenho um, com bancos e tudo. Agora esta história da cadeira encarnada é assim: Andava eu a ver se ainda as encontrava à venda. Mas nada. Ora o ano passado fui ali a Vila Nova de Mil Fontes e não é que dei com umas quantas azuis, encarnada e tudo. Tudo ali no passeio.
Esbaforido corri para a loja da minha vida, sim um tipo como eu ou aproveitava esta oportunidade ou nunca mais. Se soubessem à quantos e quantos anos, andava eu à procura das cadeiras de lona encarnadas? Pois é, mas não sabem. Eu sei, quatro quatro anos.
Bem, mas deixemo-nos de conversas e voltemos a esta manhã. Sim porque esta história começa assim: Estava eu a por a cadeira no carro. Sabem, eu mesmo assim vivo numa aldeia, portanto existem sempre umas senhoras. Claro, estas daqui são sempre as mesmas velhas retorcidas. E como em todo o lado estas gostam muito de estar sempre sempre à janela. Ora viram-me com uma cadeira às costas ainda por cima de lona encarnada. E pensaram logo aquelas coisas, que só as velhas que têem uma janela virada para nossa porta pensam.
Onde irá este rapaz com a cadeira?
Só um tipo como eu que têm um labrador, um citroen e uma casa fantástica. Tem lá de dar explicações a uma velha? À velha não dou! Mas a vocês...sabem, eu costumo pegar na cadeira de lona encarnada e às vezes, Só às vezes, ponho-a ali no banco de traz e lá vou eu com ela ali estrada a fora. Mas não pensem que é uma noia. Ando muito.
Vocês não sabem mas aqui no Alentejo um tipo farta-se de andar. Mas depois quando chego ali a um monte abro a cadeira e o livro. E sento-me. E sabem que mais? O Labrador lá vai à vida dele, mas volta sempre à cadeira encarnada.
Agora, as velhas? Raios partam as velhas!

21/03/08

O MANUEL

O que ele não sabia era que a mãe tinha vivido numa praia .
Ele também não sabia que a praia tinha um bicicleta amarela. Mas a bicicleta amarela todos os dias andava, andava, andava. Mas o que o Manuel não imaginava é que era a mãe a guia-la por estradas com muitas curvas. Era assim Manuel:
No inverno chovia quase todos os dias, mas nesses dias, havia tanto, tanto frio e tanto vento. Mas Manuel, era tão bom andar na bicicleta amarela e apanhar chuva.
Mas olhe Manuel...todas as praias têm uma bicicleta amarela.

06/03/08

DÓ RÉ MÍ FÁ SÓ LÁLÁ SÍ DÓ. ESCALA TÉCNICA

Sócrates,
Só tartes, Só artes, Só martes, Só rites, Só istos, Só riscos, Só sósias, Só iscos, Só quetes, Só Fin, Só Landia, Só ar, Sorry!
Só risos. Só assim!

03/03/08

OS SILÊNCIOS

Se o silêncio morar contigo conta-lhe coisas. Diz-lhe para parar de te olhar assim. Assim, como tu o olhas. Leva-o contigo e deixa-o só dizer, dizer, dizer. Talvez o entendas agora. Mas se os silêncios quiserem silêncios. Grita!

02/03/08

LOUCA VESTIDA DE BRANCO

Cada vez que abro a janela entra-me uma mulher louca vestida de branco com uma borboleta amarela no cabelo.
É seu hábito contar-me histórias de outros tempos e sentar-se comigo na varanda redonda.
Hoje talvez porque fizesse Sol disse-me que: Quando era nova os loucos eram colocados em jardins suspensos no céu. E só estava ali porque tinha fugido de um jardim havia muito tempo. Mas que qualquer maneira os outros tinham ficado todos a comer a Lua. E como só poderiam descer depois da Lua comida, deviam estar para chegar porque a Lua estava muito pequena.
Falou-me ainda de Jardins com lagos azuis, médicos com asas e Hospitais com fantasmas, casas que comiam as pessoas, borboletas dos mares e caçadores de nuvens que percorriam os céus. E deuses com caras de crocodilos brancos. Olhei o céu de novo e vi milhares de comboios a sairem das nuvens e os jardins voavam. Olhei-a e saltámos janela abaixo.

PROFESSORES VENDEM-SE NO EL CORTE INGLÊS

Cara Senhora,
Visto que de facto este País não aprende!
Visto que quem tinha razão era o Eça!
Visto que de facto ninguém quer apreender nada! Nada!
Visto que estes Senhores não respeitam ninguém. Nem os próprios filhos.
Proponho desde já que: O Governo proceda à venda destes tipos licenciados e teimosos!
Que os troque por cromos do Sandokam!
Que mande desde já trocar estes Professores nos postos da GALP por pontos. Assim, quando os Pais forem abastecer todas as criancinhas podem sempre dizer: Pai! Troca-me o Professor de matemática por uma bola amarela!
Mas Senhora!
Existem actualmente tantos projectos de interesse nacional. Que com certeza a Galp estaria de acordo em prestar mais este grande serviço tanto aos Pais como às criancinhas. (Isto claro, já para não falarmos da forma airosa como resolver esta chatice.)
Ora tendo Vexa um exército de chatos que ainda por cima estão por todo o lado. (a Galp também.)
Acho que seria de toda a conveniência tanto para Portugal como para estes tipos pararem de nos chatear.
Senhora,
como o compreenderá. E eles também
Proponho desde já a venda destes Artistas no El Corte Inglês! No Grumete embalados em papel celofane e claro devidamente etiquetados com o seguinte dizer: Professores Portugueses. Composição: Mal agradecidos, chatos, teimosos, recalcitrantes, fumados e com aromas de extrema esquerda. Este produto pode conter vestígios de rosas.
Se bem me lembro, existia uma frase fantástica para lhes pôr ao peito!
QUEM OS TEVE QUE OS ATURE!
Senhora,
tendo o País conhecimento que além de chatos agora também gostam de vestir de preto.
Proponho ainda outra solução: Que este tipos tenham uma formação em carpideira/os! (tipo RVCC é rápido! Fácil! E toda toda a malta o faz!) Só assim se pode fazer uma avaliação de facto em relação a estes preciosos e perniciosos tipos. Que chateiam por tudo e por nada.
Senhora!
Estes tipos começaram por ser teimosos logo que entraram na escola. Aqui é que são elas! O busílis da questão é este! Se não vejamos: Quando frequentaram a escola não levaram a porrada suficiente. Mas tudo isto só tem de facto um responsável o anterior governo! Ora como já nessa altura era a bandalheira generalizada aqui está o resultado!
Professores! Professores!
Não deixem para amanhã o que podem chatear hoje! A malta está convosco!
Mas Senhora,
ontem ouvi que: O Futuro é uma casa onde se chega e só lá está quem foi embora.
Beijinhos