25/02/08

O GOVERNO FEZ-SE AO MAR

Esta noite o Governo decidiu fazer-se ao mar.
Reunidos os Ministros nos gabinetes uns dos outros decidiram:
Arrumar as bóias com pescoços de patos, os decretos, as bússolas, olharam o céu, os ventos, as marés e então todos juntos embarcaram em Belém. No caís ficou um País.
Sem bóias com pescoços de patos, sem decretos, sem rumo, sem céu, sem vento e sem mar.
Mas ali no Mar da Palha viram o País cada vez mais ao longe. Viram como as pontes eram pequenas, viram como os comboios eram antigos, viram como os Professores gritavam, viram como os aeroportos eram de lego, viram os Bancos a brincar, viram os Hospitais a cair, viram como o povinho tinha que ter "formação", Vêem como os meninos vêem um brinquedo.
Depois agarraram-se às bóias com pescoços de patos. E comeram a bússola.

02/02/08

O CARTEIRO

Abriu a porta e viu que era o carteiro de outros tempos. Abriu o tempo e viu que eram cartas antigas com textos recentes. Abriu-as. Olhou o tempo e sorriu-lhe. Lá longe viu o carteiro de outros tempos. Levava as cartas antigas com textos recentes.