28/11/07

O VIVALDI VIVE NO MAR

O Vivaldi ! Enterrado enterrado não está anda por aqui. mas sabes, foi comigo numa viagem de barco já lá vão talvez... uma vintena de anos. Quando saí da Capital num barco de velas brancas e casco azul. Foi comigo. (foi-me dado por meu pai). Claro, nessa altura pensei que diabo andava o Vivaldi ali a fazer? Mas quando avançamos Atlântico adentro o vento, as vagas, o frio, a noite, o leme, as estrelas, e claro a noite chamavam-me forte. Mas as vagas enormes, o vento uivante, as estrelas dançantes. Claro um circulo único o Mar. Só ele altíssimo. Mas num passo de angústia ouvi-o. ainda sinto o medo, os uivos, o vento, as vagas, as estrelas, a noite. Mas claro, era o Vivaldi. Eram as quatro estações! Música de todos os sentidos que me deixou assim. De repente a certeza da enormíssima força do Mar. Dos ventos gélidos, das vagas enormes, das constelações, de um eu ínfimo. Mas foram as quatro estações de Vivaldi nessas noites. De lemes, amarras, bússolas, estrelas, mares tumultuosos que me deram a força de lhes dizer. Quem pensam vocês que são!? Ainda agora ouço o Mar supremo. O frio, o vento, as estrelas, as vagas enormes,os gritos da aves. Ainda ao leme a força deste Vivaldi.

19/11/07

A VIDA É O MÁXIMO!

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Andava eu a tentar ser simpático ao máximo!

Mas existem coisas tramadas nesta vida.
Então não é que ontem pelas 21 mais coisa, menos coisa, a Tété bate as botas.

Coitada, também já andava a pedi-las enfim é a vida. Mas há coisas que põem um tipo com os cabelos em pé.

Bem, como a minha mulher está em Londres, lá lhe fiz o telefonema da praxe. A coitada lá teve que gastar umas coroas no bilhetinho! A sacana ainda me perguntou se...valia a pena pôr-se a caminho? Não é o máximo?

Cá para mim estas coisas da morte, luto, flores, Igrejas, Padres, esta parafernália de seres que se atravessam no caminho da morte, são o máximo! De seguida enfiei-me no carro do Tiago.
(Quem é o Tiago? Isto é lá hora de perguntar quem é o Tiago!)
Bem! Lá fomos então ver as caixinhas.

Estranha estranha é a localização, uma cave. (Bem vamos a isto!). Chegados lá abaixo dou de caras com uns tipos vestidos de pinguim. Não é o máximo?

Aquelas coisas estavam dispostas em prateleiras tipo fnac . Bem, lá fomos vê-las, o tipozeco lá apregoava as qualidades fantásticas destas caixinhas, havia-as para todos. Ar condicionado, recicláveis, de papel azul, com forro às bolinhas, sem bolinhas, com telemóvel, Visa, American Express. ( já prestes a desfalecer pergunto-lhe: Ouça lá seu Camelo! Você acha que a minha sogra vai com um forro às bolinhas?) Eu exijo seda! Seda!! Também temos, Sr. Pois então está decidido! Pago com multibanco!
Mas se é como o meu caro amigo diz, talvez me decida pôr uma dessas com Visa. Sabe...acho o máximo! Assim paga ela!
Não é máximo?

18/11/07

FUNSFUNS E GAITINHAS

Eu devia era ser pastor e acabava com isto de uma vez! Ando eu aqui com funsfuns e gaitinhas para quê?
Assim, mal o Sol despontasse ela tinha que me ver seja fosse lá como fosse. Sim ver-me! Olhar para mim porra!
Se existe de facto "coisa" mais complicada que uma mulher. É a minha. (claro a minha mulher).
Mas de qualquer maneira esta tem outro. (é casada!) já bastante...usado, redondo, imagine você que não fuma, não tem gado, até a lenha que compra sou eu que lha vendo! Isto assim não pode ser! (afinal queira o tipo ou não, quem lhe aquece a mulher sou eu!) Bem lá tem os castanheirozitos mas...ó homem aquilo é lá mulher de castanheirozitos! ( o que a ela precisa sei eu! É de uns... queijinhos de cabra! Umas idas à feira, umas excursões a Fátima, enfim...)
Andava eu por aquelas bandas já ia para uns anos. Houve um dia que andava eu ali, sim ali. Ao fundo daquele vale. Ó Dr. Ali ao pé do Ti Manel! Quando dou de caras com tal azar sim azar homem! Então não acha que é azar um tipo como eu ter como vizinha a mulher do outro? Mas olhe, olhe.
Ontem quando acordei lá soltei as tontas das cabras. E não é que a vejo ali parada, a olhar para mim. Sim para mim! E agora? Agora olhe, olhe não sei, com o tiro que a tipa me deu estou neste estado. Mas olhe lá Sr Dr. Se não for muito incómodo acha que me vão cortar o tronco também?
Sabe uma coisa... tenho a certeza que ela ainda precisa de lenha!

17/11/07

A FÉ É A ÚLTIMA A FECHAR

Ora andando eu um pouco atarantado do espírito, sendo crente Português e claro católico. Ando deveras preocupado. Ontem depois do Telejornal senti uma necessidade feroz de me encontrar comigo, claro num espaço comum. Sim, porque de qualquer maneira um homem ali ao pé dos santos sente-se mais, muito mais próximo da tal casa. Tal era a minha necessidade que saí um pouco transtornado rua fora. No caminho encontrei a Farmácia Esperança aberta e pensei. Talvez estes tipos tenham algo para o espírito mas... reflecti melhor e decidi ir ao seu encontro.

Assim que vi a cruz lá no cimo senti que estava no bom caminho.
Estava um frio de rachar. Subi a gola do sobretudo e lá comecei a subir a escadaria interminável. Sim, porque para chegar ao céu é preciso de facto subir e claro levar um sobretudo. Mas qual não foi o meu espanto quando dou de caras com a porta do templo fechada. Ainda pensei devem ter ido jantar. Mas nem um papelinho, Nada! E uma horda de desgraçados à porta enrolados em papiro. Bati! voltei a bater! Espreitei o buraco da fechadura a escuridão total. Resolvi questionar aqueles papiros, nada sabiam.

Bem de facto comecei a ficar preocupado. Desci a escada, a cruz lá estava olhei-a de novo e benzi-me. Quando dou por mim vejo um multibanco e pimba! Tiro o meu cartão dourado de crente, introduzo o pinnosso e primo: consulta de movimentos.

Rapidamente sai o papel desloco-me mais para a luz e nesse momento caio em mim.

Leio: De momento não podemos satisfazer o seu pedido, volte mais tarde. Rapidamente tiro o telemóvel do bolso e ligo: Após alguns minutos de espera ouço uma voz: Se deseja uma informação carregue na cruz Olhei-a de novo lá longe e pensei: Que de qualquer maneira a fé é a última a fechar, nesse momento vejo aproximar-se um táxi.
Afinal ainda existe qualquer coisa. Farmácia Esperança rápido se faz favor!
Mas ao chegar ao local leio: Encerrada para balanço.

Olho de novo para o céu e vejo cruzes por todo o lado. Peço mais um café ao empregado ao que ele me diz: Cruzes canhoto! Fecho o livro com a mão esquerda.
Então lá chega a Marta.

16/11/07

CARTA ABERTA AO CÉU

Caro Senhor.
Tenho andado deveras preocupado com o meu amigo. Pois já li o dito Pantagruel de trás para a frente e de facto as receitas parecem-me boas diria até mais. Excelentes.
Mas meu caro.
De qualquer maneira não me parecem muito...católicas. Pois como o Senhor deve perceber os ingredientes usados por o meu amigo já não abundam por estas paragens.
Voltei a reler o seu manual mas não encontrei as receitas descritas por si. Bem sei que esta mania de reeditar reeditar por vezes perde-se o contexto, mas como sabe temos pôr aqui vários discípulos.
Senhor não o querendo importunar compreenda Vexa.
É meu o dever in formá- lo:
Anda por aqui já há algum tempo um "filosofo ateniense (470-399 a.C.) que segundo consta não" exerce "magistério regular e não escreve livro nenhum". Como sei que Vexa não tem o conhecimento devido em relação a este ilustre aqui lhe envio mais algum pormenores deste ser. O seu método consiste "em levar os seus interlocutores, após tomarem consciência da sua ignorância através da "ironia", a descobrirem por si mesmos a ignorância." Mas Senhor. Defende, "por isso, uma educação que conduz à prática do bem, à salvação da própria alma. A influência de que" goza "junto dos mais próximos e mais. Vai valer-lhe a acusação de impiedade, foi condenado a morrer envenenado por cicuta. Entre os seus discípulos contam-se" vários ministros.
Senhor quanto ao Pantagruel não encontrei o tal Toucinho do Céu.
Um abraço deste seu amigo.
P.s Cumprimentos à Senhora.
Sófocles
Atenas 470 a.C
" Grande Dicionário Enciclopédico Verbo"

13/11/07

CAIU O CÉU POR FALTA DE SANTOS QUE O SUPORTASSEM

Entraram-me hoje os santos pela cozinha a dentro. Mas como santos da casa não fazem milagres pensei.
Que ideia peregrina tiveram estes tipos de me vir chatear, ainda por cima vieram todos juntos. Olhei para o arroz e lembrei -me de tapar um ali mesmo.
Quando abri a torneira, estava um ali sentado a olhar para mim. Como quem não quer a coisa olhei-o de novo e pimba! Voltou a saltar para cima da torradeira mas quando tirei a tampa do arroz entendi tudo, estes tipos estão é cheios de fome.
Claro fiquei perplexo, que raio comerão os santos? Entretanto o problema agravava-se, eram de facto santos a mais. O melhor será abrir a janela, pode ser que estes trastes com asas se raspem! Mas a ideia tornou-se de facto trágica começaram a entrar milhares deles com asas sem asas brancos, roxos, rosas, enfim... liguei para o Vaticano.
Atendeu-me uma Eminência sem asas sem véu, mas com tosse. Muita tosse.
Primeiro disse-me logo que de momento o Senhor não estava disponível. Então lá lhe expliquei o motivo do meu contacto, vossa Eminência lá ia dizendo que de facto era um milagre! Só podia ser! Mas eu insistia que tinha era de jantar!
Mas oiça lá (dizia-lhe eu), Vocês ai não têm um 112 para situações destas? Sim porque como é que o Vaticano resolve os ditos milagres? Mas ouça estes tipos devem ter fugido de alguma Igreja alguma vitrina.O pobre do homem lá foi dizendo que os milagres não fogem, acontecem. Bem. De facto estes tipos não são terrestres, têm asas, voam e vêem do céu. E não jantei. A Eminência já de certeza! Fui ao armário debaixo e lá descobri o DUMDUM lembrei-me do anúncio não escapa um! Rapidamente despejei o Dum dum! Os coitados caiam que nem tordos a cozinha era uma tragédia. Eram milhares!
Afinal eu tinha era que jantar.
Refastelado no meu sófa resolvi ir aspirar os pobres dos santos, sim porque santos no chão não lembra ao diabo.
De manhã ouvi na radio uma noticia...divinal caiu o céu por falta de santos que o suportassem.
Ò diacho!

04/11/07

AQUELA CADEIRA É MINHA!

Aquela cadeira é minha! Aquela é minha! De qualquer maneira lá me sentei ali ao pé dela. Depois vi-a e lá percebi que estava no lugar certo.(podia ter que me pôr a milhas a qualquer momento) Aquele era de facto o meu lugar, sentei-me confortavelmente e olhei-a de novo. Pareceu-me mais jovem talvez mais...tranquila. Mas de repente tive a sensação que me pertencia, olhei-a nos olhos, tinha uma luz diferente. Aquela era de facto a minha luz, a minha mesa. Olhei-a de novo e pareceu -me ser ela, por momentos tive mesmo a certeza. De seguida abria-a de par em par e descobri coisas estranhas, estava lá tudo mas tudo. A Paisagem a mesma de sempre talvez um pouco mais estonteante, pois há vários anos que não a via.(assim ali, tão perto de mim.) Almocei ali ao lado dela. Quando terminei fui para a rua e voltei a vê-la, voltei a falar-lhe olhei-a de novo. Quando me ia pôr andar tive a nítida sensação que me olhou mais profundamente. (pareceu-me um sorriso infantil.) Depois...olhei-a de novo quando a voltaria a ver? Para me despedir dei-lhe dois beijos talvez mais, os mais... sensatos, para a ocasião nunca seriam poucos. À despedida voltei a fechá-la no trinco de cima e claro no debaixo porque nunca se sabe. Posso voltar ainda a querer abri-la se bem que seja difícil. Mas penso que ela gostou de me ver também.